segunda-feira, 24 de junho de 2013

Notícias do Front #1: Controls no topo e "Vegas, baby" !


Olá, tudo bem ?

Já faz um tempo que escrevo sobre magic. Por diversos motivos, os textos com característica de notícia de grandes eventos são o tipo que mais escrevo, e a partir de hoje eu vou, por assim dizer, “oficializar esse formato”, não só para diferencia-los mais claramente de outros tipos de texto que escrevo, mas também para padroniza-los, logo, sempre que tivermos um fim-de-semana com eventos competitivos, pretendo postar na segunda-feira  um pequeno resumo, além de alguns destaques. Esse é o “Notícias do Front”.

Nesse fim-de-semana tivemos o tradicional StarCity Open, dessa vez na Philadelphia, e o maior evento do magic até hoje, o Grand Prix Las Vegas. Começando pelo Open:

O T2 continua um formato diverso, e com certeza manterá essa característica até M14, os decks do Open são um bom exemplo, no top16 temos 11 tipos de decks diferentes,  divididos entre agroo, control e midrange, fora vários decks que usam o “combo” de Boros Reckoner e Ato Blasfemo. O resultado disso é um revezamento entre os decks ganhadores, inclusive com uma rotação dos arquétipos dominantes, em algumas semanas os super agroos dominam, em outra os midranges, então os controles, e assim por diante. 

Outra coisa é que todo deck quer ser o mais injusto possível, por isso baralhos usando uma storm de Emissários, ou Reckoner e Ato, ou efeitos de sacrifício com High Priest, ou várias criaturas com hexproof com muitas auras, ou uma criatura gigante no turno 3, tudo isso é resultado de você simplesmente não saber o que enfrentar, logo pensa “não sei para aonde apontar, logo, vou jogar com um baralho que tenha uma jogada mortal para a maioria dos adversários, mesmo que isso me de algumas desvantagens”. Decks control costuma ter desvantagens nesse ambiente, porque é difícil achar “O Um para todos governar”, ou seja, a lista certa que te deixa pelo menos 50/50 contra qualquer deck do ambiente. Mas, estamos na semana boa para os controles, e o ganhador do SCG foi Robert Seder com a seguinte lista:

































Clássica lista de “super friends”, ou seja, que usa vários planeswalkers para controlar a mesa.  É interessante a escolha das remoções, far/away e azorius charm, ao contrário de outras listas, Robert Seder não tenta cartas condicionais como Tragic Slip e Preço Final, ele quer ter certeza que não terá uma carta morta, ou que seja possível remover a carta que o está incomodando. A ausência de Veredito também é notável, grande parte dos agroos atuais sabem lidar com ele, existe uma quantidade imensa quantidade de criaturas que  você pode fazer e torcer por um Veredito, que ao invés de salvar a mesa para o control vira um Time Walk para o agroo. Terminus é o sweeper do momento, é a carta que pode responder a praticamente tudo, um Terminus milagrado no seu turno três, deixando duas manas de back up para counter ou remoção é o sonho para controlar a mesa adversária, porque na volta é fácil encaixar um planeswalker e ganhar o jogo.  

O único Cyclonic Rift é a resposta para alguma permanente que tenha passado pelos counters, ou não seja removida pelo Anjo ou pelo Snap (caso de planeswlakers).

A escolha de criaturas também foi tradicional, Snapcaster para aumentar a potência das suas mágicas e Anjo da Restauração porque potencializa seu Snap e ataca e bloqueia muito bem.

No side, a comum coleção de 1-offs em controles, várias cartas condicionais que vão muito bem em matchs específicos.

O grande problema desse baralho é que ele é horrível contra um super agroo, você pouco interage com uma mesa cheia nos primeiros turnos, o máximo que pode fazer é tentar atrasa-lo com charms e torcer por um terminus. Como eu disse anteriormente, temos “semanas temáticas” no T2, essa era a boa para um deck assim, que é muito bom contra midrange, mas semana que vem pode ser um péssimo deck.

Em 3º lugar ficou Meru Bhanot, de 4 Color Rites:
































Primeiramente, esse deck não é novo, foi criado pelo Adam Prosak, conhecido jogador norte-americano e começou a aparecer forte no MOL, fez inclusive aparições em top8s de PTQs e WMCQs brasucas. É um Junk Reanimator que abre mão dos pilgrims, slimes e etc para focar apenas na idéia de reanimar. Claro que isso é bom no sentido que você quase sempre turno 4 ou 5 tem uma bomba na mesa, mas abre o problema que contra algum deck que possa se aproveitar de você não interagir com a  mesa nos primeiros turnos isso é um suicídio, pensando nisso o baralho usa Souls e Reckoner, e o apelo desse último explica a adição dos combos com Harvest Pyre(já que você tomba muita coisa) e Ato Blasfemo (que também traz o efeito cólera).

Tem algumas coisas que não gosto nessa lista, Abrupt me parece muito ruim em um deck com Grizly e Mulch, e Ato não me agrada também, dependendo do quanto seu oponente enche a mesa, você perde antes de fazer Ato, tanto que prefiro Rolling Temblor de main, que além da sinergia com Reckoner, entra mais rápido e ajuda muito contra agroos.

Uma carta que me chamou muita atenção foi Boros Battleshaper, é bem diferente e realmente não sei o quão bom é atualmente, em alguns casos vai servir como removal, em outros você simplesmente adoraria algo mais concreto, mas ainda sim, nice tech.

O último deck que destaco é o 6º colocado, pilotado por David Kilmartin, o BG Midrange, ou “The Rock”:




























Mais uma lista que não é nova, começou se destacando no MOL e então nos torneios off-line. Imagino que o que tenha feito um jund abrir mão de uma cor seja Victim of the Night, Mutilate e Sign in Blood, são cartas muito boas no ambiente atual e quase que” injogáveis” em um deck que não tenha uma base mono black, na verdade, Mutilate acho que é o grande responsável, quase tudo que foge bem de Veredito morre para efeitos de menos/menos então é uma carta muito tentadora, e partir do momento que você pensa em um baralho baseado nela veem Victin, Sign e Geralf(contra controls), a adição de verde serve para esse deck realmente jogar, não apenas pelas remoções a mais, mas por Thragtusk, esse cara já definiu o T2 e é absurdo em vários match, e hey, já que você vai usar Tusk e Geralf, porque não ter um kill efetivo, como Desecretion Demon e uma Revelation, no caso, Discipule of Bolas. E voila, temos BG.

Nessa lista em especial, os 2 Cremates de main mostram um baita medo do match contra reanimator (justificável, já que o baralho perdeu para um no top8) e Cremate é um hate interessante, porque contra decks onde ele seria morto serve de cycle.

Não é o melhor deck do ambiente, mas está bem posicionado por interagir contra Aristocratas e ter um match justo contra alguns midranges e tirando as Lilianas, é bem barato. Pelo menos de curiosidade, eu sugiro testar.  

E Agora ?

Como dito anteriormente, temos épocas para cada deck, é um belo ambiente “pedra-papel-e-tesoura” e aparentemente ele não irá mudar até M14, para qualquer um que queira vencer agora, ou tente se posicionar bem, acertando o deck certo para a época certa, ou prepare seu “melhor tiro”, um bom baralho e um bom treino podem fazer muita coisa nessa selva.





O Grand Prix Las Vegas foi o maior evento de um TCG de todos os eventos. É, conviva com isso, 4500 jogadores. Para você ter uma ideia, no Brasil temos uma média de 100 jogadores por ptq, seriam 45 ptqs tupiniquins. A grande pergunta é, por quê? Como conseguiram praticamente dobrar o número de jogadores de um GP?,

A Wizards nunca fez tanta publicidade para um evento aberto, todas as suas páginas tinham links e propagandas desse GP, era algo no nível que ela faz para o Pro Tour, coma diferença que o Pro Tour é fechado, então você está apenas atraindo telespectadores, agora vocês está atraindo “inscrições”, inscrições essas que podiam ser feitas online e previamente, uma novidade que contribuiu para dias antes já preverem ser o maior evento de todos os tempos.

Toda a propaganda de Modern Masters era propaganda do GP, e a Wizards fez muito disso, seja colocando cartas cobiçadas pelos jogadores, Goyf e Bob, seja exaltando o quão interessante era a edição com uma enxurrada de artigos em sua página, inclusive falando dos arquétipos da edição para drafts e selados.

Disponibilizar Modern Masters no MOL previamente foi outra estratégia, com isso, todo jogador podia treinar ao máximo essa edição antes do GP. Mas você acha caro 25 dólares pelo draft? Sem problema, eles disponibilizaram Phantom Draft da edição, agora você podia gastar apenas 6 dólares e treinar muito.

Em resumo, a WotC fez de tudo para que cada jogador que soubesse um mínimo sobre magic quisesse estar em Vegas, que quisesse comprar uma box dessa edição e draftar (tanto que colocou 24 boosters na caixa, o que abaixa seu preço e a deixa tentadoramente draftavel). Ela pegou na mão dos jogadores e levou até esse GP.

“Ok Wizards, fui jogar, legal, gostei, mas o que você queria com isso ?”

Ela queria você no Modern, porque ela quer um formato Eternal que não esteja estragado pela Reserved List, por isso tantos incentivos ao formato. Transformar em formato de PTQ e de Pro Tour obriga o jogador mais competitivo a jogar, e a sucessão de reprints ataca o preço elevado das cartas, se reprints como Thougzeise e Mutavault forem confirmados, temos mais um sinal que o formato é a “menina-do-olhos” da Wizards, ou você acha que bans como o de Second Sunrise com a justificativa de que “é ruim de assistir...” são comuns a qualquer formato ?

Com tudo isso, só resta ao jogador aproveitar, é a época para fechar os sets de shocks e Staples de um formato tão querido pela poderosa do jogo. E a boa é draftar MM porque querendo ou não, é uma edição divertidíssima.


Até a próxima,

Rudá Andrade dos Reis