segunda-feira, 18 de março de 2013

Lições Aprendidas no PTQ Dragons Maze.


Antes de mais nada, uma imagem pro Rudá:

Agora, vamos ao artigo.
A Escolha do Deck:

 A escolha do deck que joguei neste PTQ passou por quatro etapas: raiva, ilusão, desespero e por ultimo, confiança. Meus testes começaram com uma versão de URW que ganhou um PTQ no MOL alguns meses atrás. Um bom deck, mas não gostava dele... um deck azul que não compra muita carta? Como pode isso? Isso me dava raiva, e assim decidi que precisava trocar de deck.

O segundo deck que eu testei, um haunted zoo, foi uma ilusão... Geist of Sant Traft segundo turno? Tribal Flames pra 5, snapcaster pra tribal flames, opa... você tá morto. O deck era muito bom, mas justo, e aprendi que no modern, ser justo nem sempre compensa. O deck mulliga muito e você acaba precisando de mãos semiperfeitas ou de muita sorte na compra, logo, não tinha confiança em jogar com ele. (Mas eu acho que japoneses não tem esse problema, visto que Ken Yukuhiro fez top8 no GP San Diego com uma lista parecida com a que eu estava treinando).

No desespero, comecei a treinar com diversos decks, URW Gifts, URW Kiki, Pod e até mesmo Jund, eu precisava encontrar algo que me passasse confiança... acho que foi aqui que eu cometi meu maior erro durante a preparação para o PTQ. Eu devia ter simplesmente decidido entre o URW e o Zoo, decks que eu já tinha algum treino e simplesmente mexer na lista para melhorar os bad matchups que eu detectasse, ao invés de tentar algum outro deck e ter de recomeçar todo esse processo.

No fim, acabei jogando com uma lista de Junk, muito boa por sinal, que me passou a confiança que eu estava buscando. Treinei com o deck algumas vezes, mas acabou faltando uma carga de treino maior. A lista que eu joguei foi a seguinte:

 Com o deck escolhido e relativamente treinado, vamos ao campeonato.

Primeira Rodada - Elfo Aggro

Sim, isso mesmo, um elfo aggro, totalmente inesperado. O primeiro game eu não tenho removals suficiente e perco pra um monte de elfos guerreiros pumpados com arcdruida, paragon e um joraga com 2 marcadores do kicker. Segundo game eu tenho mais removals e ganho de vida. Depois de um jogo muito tenso, consigo ganhar encima do relógio. Acabamos empatando.

Segunda Rodada - URW Midrange

Joguei contra o competidor da copa do mundo do ano passado, Elton Carneiro. O matchup é o pior para meu deck, pois ele tem acesso as melhores spot removals e ainda conta com sweepers. Minha chance é puni-lo com Smiter, Thrun e manlands... que foi o que eu fiz, até que ele conseguiu estabilizar e vencer. No segundo jogo eu coloquei muita pressão, mas novamente o relógio estava chegando ao fim e ele conseguiu estabilizar. Como eu n conseguia matar ele, mas também não morreria, o jogo terminou  1-0 para ele.

Terceira Rodada - Grull

Primeiro jogo o oponente abriu violentamente com goblin guide, emissário, porco e gor-clan rampage.. nem deu pra anotar a placa. Segundo game eu tenho ganho de vida e mais removals, consigo controlar o jogo mantendo minha vida na faixa dos 10 pontos, kitchen finks, baloths e smiters acabam ganhando o jogo. Uma coisa interessante aqui é que o oponente sideou Sulfur elemental contra mim, o que, realisticamente falando, inutiliza minhas lingering souls. Entretanto, ele melhora meu smiter, e minha manland GW, mesmo deixando-os ao alcance do burn.

No terceiro game, tirei os lingering souls pra fora e voltei as lilianas, que teoricamente são inúteis, pois dá tempo somente dele sacrificar uma criatura, o que de forma alguma diminui a pressão que ele impõe. Contudo, eu fiz uma liliana de segundo turno, um goyf 4/5 e um baloth obstinado. GG. 2-1 para mim.

Quarta Rodada - URW

Mais um badmatch. Primeiro jogo eu fiz um smiter e coloquei muita pressão até ele comprar o path do exile. Depois disso ele consegue estabilizar mantendo counters de backup e eu nunca consigo voltar para o jogo. Segundo jogo eu faço Smiter, Thrun e vou batendo, tentando colocar alguma outra pressão na mesa, seja em forma de lingering souls, shaman, ou goyf... que são removidos constantemente.

Eu consigo resolver um Deathrite Shaman e vou causando 2 de dano todo final de turno nele. Até ao ponto em que ele faz um baneslayer angel. Batendo 5 lifelink, ele vai a 15 de vida. Ele acaba estourando uma fetch e pegando uma shockland, indo a 13. No passe, eu causo mais dois levando-o a 11. Com o tempo acabando, eu tenho um  ultimo ataque: Loxodon, Thrun, Shaman e Treetop Village, 11 de dano. Declaro ataque, ele dá o raio no treetop e eu perco.

Cansado, e sem nenhuma chance de ganhar premiação, resolvo dropar com um resultado de 1-2-1.
Lições Aprendidas:

Não acho que tenha faltado treino para este torneio. Claro, eu sempre poderia ter me preparado mais se eu tivesse decidido logo o deck. Acredito que com algumas modificações no side, alguns matchups poderiam se tornar mais favoráveis, mas como em meus jogos, eu enfrentei uma pequena parcela dos decks, não posso afirmar isto.

O matchup contra URW está longe de ser impossível de vencer, mas é uma partida muito difícil e complicada. Se eu fosse jogar outro torneio amanhã no mesmo formato, talvez eu acabasse jogando com o mesmo deck, independente da frustração obtida neste PTQ. No fim, algumas lições aprendidas:
  •  Sempre espere o inesperado.
  • Chame o juiz. Em todas as partidas, eu devo ter perdido alguns minutos do relógio devido slowplay dos oponentes. O cara ter um Restoration e um Baneslayer na mão, podendo fazer os 2, levar mais do que 30 segundos para escolher qual descartar para a liliana não pode ser normal.
  • Decida um deck e melhore seus matchups. Eu poderia ter jogado com qualquer deck que eu quisesse: URW, Zoo, Junk ou qualquer outro. O que era importante, era decidir logo para acumular uma boa quantidade de treino para saber o que era necessário melhorar no deck.
Agradecimentos Finais: 

Só tenho que agradecer ao pessoal que me emprestou cartas: Matheus, Verolli, Gordo, Glass, Rafael. Também agradecer ao pessoal que viajou pro PTQ Daviland, Wellington, Rudá... o PTQ foi frustrante mas a viagem não, acabei conhecendo uma galera legal em São Paulo e a viagem foi divertida, mesmo que no final o sono tenha me feito virar um velho chato reclamando de tudo, mas acho que fiz o povo rir mesmo assim.