terça-feira, 11 de setembro de 2012

Analisando o MTGPC e as mudanças feitas pela WotC


Olá, tudo bem ?

Ano passado o Magic passou por uma série de profundas mudanças na estrutura dos principais torneios competitivos, para quem não se lembra, foram anunciadas o fim do Mundial e do Nacional como conhecíamos, e um possível aumento no número de GPs, para não falar nos Planeswalkers Points.

No lugar de Regionais, Nacional e Mundial, ganhamos o World Magic Cup Qualify e o World Magic Cup, nessas primeiras mudanças já era possível notar várias pessoas descontentes, os WMCQ acabaram sendo eventos grudados a PTQs e com públicos muito parecidos, acabou-se o “glamour” que o campeonato nacional tinha,  em especial para o campeão. Quanto ao grande evento mundial, ficou interessante a fórmula de uma competição só por equipes, trazendo mais holofotes para esse modo de disputa que já existia no extinto Mundial, mas que perdia destaque para o evento individual.

Ok Rudá, mas porque você está fazendo esse texto com cara de retrospectiva de fim de ano ?

Porque a última parte desse ciclo nos foi apresentada entre os últimos dias 29 e 31 de agosto, o Magic Players Championship.



Quando o Mundial foi substituído pela Copa do Mundo, ficou a carência da figura do campeão mundial, que querendo ou não,  não consegue ser suprida pela dos campeões dos Pro Tours, e essa carência não é só dos fãs, mas também do próprio marketing da Wizards . Isso e a ausência do Jogador do Ano, são tremendas faltas nessa reformulação toda, então o que a WotC faz para compensar ? Um super evento, com os 16 melhores jogadores do mundo, uma baita premiação e uma cobertura feita para que o público não perca nenhum detalhe de cada partida, ou seja, um espetáculo publicitário onde em uma tacada só eles fazem o Jogador do Ano e a “figura” do campeão mundial.

De certa forma, eles conseguiram o que queriam, o MTGPC foi incrível, com uma série de partidas que davam gosto de ver. A escolha dos formatos foi bem interessante, alternância entre limited e constructed já é algo comum, mas a escolha de cube draft e modern realmente me impressionaram.  Por mais popular que o cube seja, ele foge do  “lugar-comum” de você só draftar a edição lançada (como foi o caso de M13), é um certo agrado ao gosto dos jogadores. Quanto ao modern, é um formato que só cresce (com muita ajuda da wizards, eu sei), e se eles realmente fixarem o MTGPC no final de cada temporada T2, vem a calhar um formato diferente, então gostei da escolha.

*Pro Tours, GPs, MTGPC, volta das Shock lands, cada vez mais sinto a wizards impondo o formato modern. Ainda não sei se em contraponto direto ao legacy, mas já é alguma pressão.*

Com esse ciclo no final, o que podemos concluir?

Com a saída dos Regionais, diminuíram drasticamente  os torneios oficiais, fora o fim de uma “temporada” de torneios, fiquei muito feliz que a deixa para os organizadores independentes foi captada por esses e tivemos uma leva de torneios com boas premiações (7k, 4k, etc). Essa “terceirização” da WotC acaba sendo benéfica no Brasil, que ainda pode crescer bem mais em termos de torneios, na verdade, imagino que hoje em dia a melhor maneira de organizar algo parecido com os antigos regionais seja no formato que o Circuito Ligamagic (em menor escala) e o Nacional Legacy (em maior escala) tem usado, um organizador central , mas que não faz uma relação de dependência tão forte com o organizador do evento menor. Vemos isso de maneira perfeita nos EUA, com o já conhecido StarCityGames, que como organizador independente faz uma série de torneios atrativos a todos os níveis de jogadores.

Após essas mudanças todas, nosso cenário atual de torneios é composto, na parte oficial, por Pré- Release, FNM, WCMQ, Copa do Mundo, Grand Prix, GPT, PTQ ,Pro Tour e MTGPC, sendo os dois primeiros eventos menores voltados aos jogadores mais casuais e o GPT mais um evento independente com apoio do que um evento da WotC. E na parte “não-oficial”, por eventos premier (4k,7k, etc), Circuitos Independentes e torneios regulares.

Se essas medidas visavam um maior incentivo ao organizador independente, parabéns Wizards, foi um sucesso, “nunca antes na história desse país” tivemos tantos torneios com boas premiações, fora ganharmos em um fim um GP, o preço pago foi um Pro Tour a menos (ou seja, menos ptqs), e o fim de um torneio que era uma dos melhores maneiras de ascender ao circuito profissional, o Nacional. Após esse primeiro ano de mudanças será possível ver o quanto acertado foram essas medidas.

Até a próxima,

Vlws

Rudá Andrade

@_Rudandrade

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