terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Gatecrash e o T2, SCG Open: Atlanta


Olá, tudo bem ?        


O fator novidade volta ao T2 e Gatecrash já se movimenta no formato mais jogado do Magic, nesse fim-de-semana tivemos o primeiro grande evento com a edição nova, 450 jogadores estavam no StarCity Open : Atlanta e muita gente (incluindo eu, lógico) estava de olho nesse evento, já que é a prévia do que veremos no Pro Tour Gatecrash daqui 2 semanas, fora que para nós tupiniquim é o começo de preparação para o GP Rio.

Após um Standard meio monótono, o top32 contou com 16 arquétipos diferentes, onde se destacou o Jund Midarange com 6 aparições. Isso se explica pelo aumento da popularidade do deck próximo ao lançamento de GTC e a adição de Stompy Ground e Devour Flesh ao baralho, fora que jund sempre parece uma escolha segura.

O top8 foi uma bela demonstração da diversidade com 8 decks diferentes,

1x Naya Humans
1x Humanimator
1x R/w Agroo
1x Jund Agroo
1x URW Flash
1x Four Color Tokens
1x Jund Midrange
1x Esper Spirits

É bem notável que apesar da adição de Gatecrash temos poucos decks realmente novos, pelos menos em uma primeira olhada. Jund, Naya, Humanimator, URW Flash, são todos decks que desde a rotação vem aparecendo entre os tops, as únicas novidades são o Esper Spirits, e BUG Tempo (em 19ª lugar), que irei em breve falar mais sobre .

“Mas po, não mudou nada ? 249 cartas novas no formato e continua tudo na mesma ?”

Mudou, e mudou bastante. O primeiro impacto de GTC está sendo na base de mana, Jund, Naya e URW já eram decks populares e é natural que as pessoas queiram melhora-los antes de tentar algo novo e as novas shock lands deixam isso bem tentador. Por exemplo o URW, a adição de Sacred Foundry ajuda o deck a ter menos terrenos que entrem virado em jogo, o que adiciona velocidade ao deck e o deixa mais competitivo para um ambiente agroo. Jund e Naya tiveram a adição de Stompy Ground, que deixou Farseek melhor e abriu a disponibilidade do Arbor Elf para esses decks. Falando em abrir disponibilidade, quem finalmente estreou no formato foi o Flinthoof Boar, não sabe quem é ? Bom, acostume-se com o companheiro inseparável da Stompy Ground :





Flinthoof Boar representa para mim bem esse Open, parece que não tem nada muito novo por terem ainda poucas cartas da nova edição, mas as novas shocks fizeram várias cartas finalmente entrarem no formato.


Deck do Campeão, Naya Humans, por Joseph Herrera





























Pega essa lista do Naya e troca os terrenos de GTC por tap lands, pois é, fica bem  pior. Outra adição de GTC que acabou sendo importante para esse deck foi o Médico, que além de anular possíveis Bonfires e Revelações ajudou muito nesse ambiente agressivo do Open.

Algo interessante sobre essa lista é a opção de usar Wolf-Run ao invés de Gavony Township, que é uma escolha por explosão e vantagem no combate em detrimento de uma vantagem lenta e estável, o que acabou sendo bem acertado já que o ambiente estava sendo definido basicamente por quem levava mais vantagem em combate.


2ª Lugar, Humanimator, Brian Braun-Duin
























Brad Nelson e Brain Braun-Duin jogaram com o mesmo deck e foi o deck que quebrou o ambiente do Open.

Em um formato com tantas novidades o esperado são vários decks agroos e alguns controls, nunca um combo forte. Humanimator teve o mérito de ser completamente inesperado e por pouco não levou o campeonato.

Claro que esse fator surpresa também deixa bem mais difícil analisar quão bom é o baralho, o ambiente estava quase que isento de hates contra cemitério  e não testou os possíveis anti-hates do deck, Ray of Revelation (contra Rest in Peace) e Appetite for Brains (contra Slaughter Games), mas mesmo assim o deck é forte, apesar de ser extremamente limitado sem o combo,  os huntmaster são seu único plano B, ao contrário da versão anterior que tinha peddler + Staticaster. Cartel Aristocrat caiu que nem uma luva  e tem uma sinergia ótima com o Fiend Hunter.  Provavelmente veremos muito hates para esse tipo de estratégia nos próximos Opens, o que obrigaria o deck a uma versão mais maleável.


3º Lugar, R/w Agroo, Andrew Schneider



















Ok, isso não chega a ser um boros, é mais um RDW com Boros Charm. Esse 3º lugar (e o 9º com uma lista parecida) só mostram o que o MOL comprova faz tempo, RDW é um deck bom e competitivo, a adição de Boros Reckoner e Quebra-Crânios ajudou o deck a passar por cima de possíveis bants e ter mais shocks no ambiente também significa mais dano.


4º Lugar, Experiment Jund, Tyler Lindsey

























Duas das minhas cartas preferidas da edição acharam um lar, Experimento Um e Rampager, fora nosso “estreante” Fronthoof Boar. A interação do deck com Experimento Um é assustadoramente forte e faz dele um pequeno Tarmogoyf.

A idéia de um jund agroo não é nova, na verdade existe à vários meses e já foi muito bem trabalhada por #edelgenius, mas esse melhora na base de mana fazem um reposicionamento do deck, deixando possível por exemplo o uso de Geist , o que antes era bem difícil.

Vale ressaltar a presença de Gruul e Rakdos Charm no side que não são escolhas comuns, mas acabaram sendo bem corretas.


8º Lugar, Esper Spirits, Eddie Walker





























Momento Déjà vu, logo após Dark Ascension, segunda edição do bloco de Innistrd, um Esper Spirits fez top8 no StarCity Open e uma semana depois era a grande sensação do Pro Tour. Em duas semanas teremos outro Pro Tour no formato Standard e novamente aparece um Esper Spirits, isso não quer dizer porra nenhuma, mas é legal encher o texto com esse tipo de curiosidade. xD

Sobre o deck, é uma versão mais lenta do deck que fez top8 no Pro Tour Dark Ascension, já que não tem Imagem Phantasmal, que era insanamente boa com o lord. Essa versão tenta compensar a velocidade com geist e Blind Obedience, mas acaba sendo um midrange com várias remoções, onde destaco o Orzhov charm, que só usa sua opção de remoção, e Devour Flesh, que além de ajudar contra geist alheios é mais uma remoção para olivias da vida. O baralho tem a mesma falha do antecessor de perder para remoções globais, mas com a ausência de um slagstorm no formato, os problemas são menores.


Um deck que eu realmente gostaria de destacar é o BUG Tempo que  fez 8-2 e ficou em 19º lugar..

























A primeira coisa que me chamou atenção foi a presença de Delver na lista, depois de muito tempo volta-se a falar nele, simplesmente pelo aumento do impacto de uma criatura 3/2 voar turno 2, muitos decks só entram na partida turno 3, então o delver pode dar tirar um tanto considerável de vida e com 24 mágicas realmente não é muito difícil faze-lo flipar . Deathrite Shaman é uma das minhas cartas favoritas ultimamente e eu estava ansioso para ver sua interação com Thought Scour.

Prefeito de Avacyn já é uma carta que eu torci o nariz bastante, inclusive depois de testar o deck, ele tem o potencial de finisher que o deck precisa e independente se está flipado ou não é possível aproveita-lo, mas na maioria das vezes é fácil de remover e acaba não dando o tanto de trabalho desejado.   Outra carta que não gostei muito foi Devour Flesh, é ótima contra Olivia, que come esse deck com farinha, mas é péssima contra a maioria dos agroos, na verdade esse problema que citei acontece um pouco com esse baralho, precisar comprar as cartas certas para determinada situação e vir outra coisa, o deck tem poucas cartas realmente versáteis.

Algumas adições que testei foram Quirion Dryad no lugar do Prefeito, porque faz melhor  o papel de “tarmogoyf” e é menos vulnerável, além de não ter problemas com snap em hora errada, e Rapid Hybridization no lugar de Devour por ser mais versátil e pegar Olivia.

O deck tem muito potencial, o uso de dispel de main, por exemplo, é uma grande sacada, só acho que precisa de uma “recalibrada”.

Bom essa foi minha análise do Open, eu sempre gosto de ver essas primeiras semanas de uma edição e o desenvolvimento do formato, ainda mais com um Pro Tour tão próximo.

Até a próxima,


Rudá Andrade


Twitter @_Rudandrade