Olá, tudo bem ?
O fator novidade volta ao T2 e Gatecrash já se movimenta no formato mais jogado do Magic, nesse fim-de-semana tivemos o primeiro grande evento com a edição nova, 450 jogadores estavam no StarCity Open : Atlanta e muita gente (incluindo eu, lógico) estava de olho nesse evento, já que é a prévia do que veremos no Pro Tour Gatecrash daqui 2 semanas, fora que para nós tupiniquim é o começo de preparação para o GP Rio.
Após um Standard meio monótono, o top32 contou com 16 arquétipos diferentes, onde se destacou o Jund Midarange com 6 aparições. Isso se explica pelo aumento da popularidade do deck próximo ao lançamento de GTC e a adição de Stompy Ground e Devour Flesh ao baralho, fora que jund sempre parece uma escolha segura.
O top8 foi uma bela demonstração da diversidade com 8 decks diferentes,
1x Naya Humans
1x Humanimator
1x R/w Agroo
1x Jund Agroo
1x URW Flash
1x Four Color Tokens
1x Jund Midrange
1x Esper Spirits
É bem notável que apesar da adição de Gatecrash temos poucos decks realmente novos, pelos menos em uma primeira olhada. Jund, Naya, Humanimator, URW Flash, são todos decks que desde a rotação vem aparecendo entre os tops, as únicas novidades são o Esper Spirits, e BUG Tempo (em 19ª lugar), que irei em breve falar mais sobre .
“Mas po, não mudou nada ? 249 cartas novas no formato e continua tudo na mesma ?”
Mudou, e mudou bastante. O primeiro impacto de GTC está sendo na base de mana, Jund, Naya e URW já eram decks populares e é natural que as pessoas queiram melhora-los antes de tentar algo novo e as novas shock lands deixam isso bem tentador. Por exemplo o URW, a adição de Sacred Foundry ajuda o deck a ter menos terrenos que entrem virado em jogo, o que adiciona velocidade ao deck e o deixa mais competitivo para um ambiente agroo. Jund e Naya tiveram a adição de Stompy Ground, que deixou Farseek melhor e abriu a disponibilidade do Arbor Elf para esses decks. Falando em abrir disponibilidade, quem finalmente estreou no formato foi o Flinthoof Boar, não sabe quem é ? Bom, acostume-se com o companheiro inseparável da Stompy Ground :
Flinthoof Boar representa para mim bem esse Open, parece que
não tem nada muito novo por terem ainda poucas cartas da nova edição, mas as
novas shocks fizeram várias cartas finalmente entrarem no formato.
Deck do Campeão, Naya Humans, por Joseph Herrera
Creatures (31)
- 4 Avacyn's Pilgrim
- 4 Champion of the Parish
- 3 Frontline Medic
- 3 Huntmaster of the Fells
- 4 Mayor of Avabruck
- 3 Nearheath Pilgrim
- 3 Restoration Angel
- 4 Silverblade Paladin
- 3 Thalia, Guardian of Thraben
Lands (23)
Spells (6)
- 2 Centaur Healer
- 1 Fiend Hunter
- 1 Zealous Conscripts
- 2 Oblivion Ring
- 2 Rest in Peace
- 2 Boros Charm
- 1 Ray of Revelation
- 2 Garruk Relentless
- 2 Pillar of Flame
Sideboard
Pega essa lista do Naya e troca os terrenos de GTC por tap
lands, pois é, fica bem pior. Outra
adição de GTC que acabou sendo importante para esse deck foi o Médico, que além
de anular possíveis Bonfires e Revelações ajudou muito nesse ambiente agressivo
do Open.
Algo interessante sobre essa lista é a opção de usar Wolf-Run
ao invés de Gavony Township, que é uma escolha por explosão e vantagem no
combate em detrimento de uma vantagem lenta e estável, o que acabou sendo bem
acertado já que o ambiente estava sendo definido basicamente por quem levava
mais vantagem em combate.
2ª Lugar, Humanimator, Brian Braun-Duin
Creatures (17)
- 4 Angel of Glory's Rise
- 4 Cartel Aristocrat
- 1 Cathedral Sanctifier
- 4 Fiend Hunter
- 4 Huntmaster of the Fells
Lands (23)
Spells (20)
- 3 Cathedral Sanctifier
- 2 Purify the Grave
- 3 Ray of Revelation
- 4 Appetite for Brains
- 3 Slaughter Games
Sideboard
Brad Nelson e Brain Braun-Duin jogaram com o mesmo deck e
foi o deck que quebrou o ambiente do Open.
Em um formato com tantas novidades o esperado são vários
decks agroos e alguns controls, nunca um combo forte. Humanimator teve o mérito
de ser completamente inesperado e por pouco não levou o campeonato.
Claro que esse fator surpresa também deixa bem mais difícil
analisar quão bom é o baralho, o ambiente estava quase que isento de hates contra
cemitério e não testou os possíveis
anti-hates do deck, Ray of Revelation (contra Rest in Peace) e Appetite for
Brains (contra Slaughter Games), mas mesmo assim o deck é forte, apesar de ser
extremamente limitado sem o combo, os
huntmaster são seu único plano B, ao contrário da versão anterior que tinha
peddler + Staticaster. Cartel Aristocrat caiu que nem uma luva e tem uma
sinergia ótima com o Fiend Hunter. Provavelmente veremos muito hates para esse tipo de estratégia nos próximos Opens, o que obrigaria o deck a uma versão mais maleável.
3º Lugar, R/w Agroo, Andrew Schneider
Creatures (26)
- 4 Ash Zealot
- 4 Boros Reckoner
- 4 Hellrider
- 2 Lightning Mauler
- 4 Rakdos Cackler
- 2 Stonewright
- 4 Stromkirk Noble
- 2 Thundermaw Hellkite
Lands (23)
Spells (11)
- 1 Thundermaw Hellkite
- 4 Volcanic Strength
- 2 Boros Charm
- 4 Skullcrack
- 4 Mizzium Mortars
Sideboard
Ok, isso não chega a ser um boros, é mais um RDW com Boros
Charm. Esse 3º lugar (e o 9º com uma lista parecida) só mostram o que o MOL
comprova faz tempo, RDW é um deck bom e competitivo, a adição de Boros Reckoner
e Quebra-Crânios ajudou o deck a passar por cima de possíveis bants e ter mais
shocks no ambiente também significa mais dano.
4º Lugar, Experiment Jund, Tyler Lindsey
Creatures (28)
- 3 Deathrite Shaman
- 4 Dreg Mangler
- 4 Experiment One
- 3 Flinthoof Boar
- 4 Ghor-Clan Rampager
- 4 Hellrider
- 4 Strangleroot Geist
- 2 Thundermaw Hellkite
Lands (24)
Spells (8)
- 1 Deathrite Shaman
- 2 Abrupt Decay
- 2 Golgari Charm
- 2 Gruul Charm
- 1 Rakdos Charm
- 3 Skullcrack
- 2 Tribute to Hunger
- 2 Rolling Temblor
Sideboard
Duas das minhas cartas preferidas da edição acharam um lar,
Experimento Um e Rampager, fora nosso “estreante” Fronthoof Boar. A interação
do deck com Experimento Um é assustadoramente forte e faz dele um pequeno
Tarmogoyf.
A idéia de um jund agroo não é nova, na verdade existe à vários
meses e já foi muito bem trabalhada por #edelgenius, mas esse melhora na base
de mana fazem um reposicionamento do deck, deixando possível por exemplo o uso
de Geist , o que antes era bem difícil.
Vale ressaltar a presença de Gruul e Rakdos Charm no side que
não são escolhas comuns, mas acabaram sendo bem corretas.
8º Lugar, Esper Spirits, Eddie Walker
Creatures (18)
- 4 Drogskol Captain
- 4 Dungeon Geists
- 3 Restoration Angel
- 4 Geist of Saint Traft
- 3 Obzedat, Ghost Council
Lands (24)
Spells (18)
- 2 Pithing Needle
- 4 Augur of Bolas
- 3 Detention Sphere
- 3 Rest in Peace
- 2 Devour Flesh
- 1 Ultimate Price
Sideboard
Momento Déjà vu, logo após Dark Ascension, segunda edição do
bloco de Innistrd, um Esper Spirits fez top8 no StarCity Open e uma semana
depois era a grande sensação do Pro Tour. Em duas semanas teremos outro Pro
Tour no formato Standard e novamente aparece um Esper Spirits, isso não quer
dizer porra nenhuma, mas é legal encher o texto com esse tipo de curiosidade.
xD
Sobre o deck, é uma versão mais lenta do deck que fez top8 no
Pro Tour Dark Ascension, já que não tem Imagem Phantasmal, que era insanamente
boa com o lord. Essa versão tenta compensar a velocidade com geist e Blind Obedience,
mas acaba sendo um midrange com várias remoções, onde destaco o Orzhov charm,
que só usa sua opção de remoção, e Devour Flesh, que além de ajudar contra
geist alheios é mais uma remoção para olivias da vida. O baralho tem a mesma falha
do antecessor de perder para remoções globais, mas com a ausência de um
slagstorm no formato, os problemas são menores.
Um deck que eu realmente gostaria de destacar é o BUG Tempo que fez 8-2 e ficou em 19º lugar..
Creatures (16)
Lands (20)
Spells (24)
- 4 Abrupt Decay
- 3 Devour Flesh
- 4 Dimir Charm
- 2 Dispel
- 4 Simic Charm
- 4 Thought Scour
- 3 Ultimate Price
- 4 Knight of Infamy
- 1 Devour Flesh
- 3 Essence Scatter
- 2 Golgari Charm
- 1 Negate
- 1 Ultimate Price
- 3 Duress
Sideboard
A primeira coisa que me chamou atenção foi a presença de
Delver na lista, depois de muito tempo volta-se a falar nele, simplesmente pelo
aumento do impacto de uma criatura 3/2 voar turno 2, muitos decks só entram na
partida turno 3, então o delver pode dar tirar um tanto considerável de vida e
com 24 mágicas realmente não é muito difícil faze-lo flipar . Deathrite Shaman
é uma das minhas cartas favoritas ultimamente e eu estava ansioso para ver sua
interação com Thought Scour.
Prefeito de Avacyn já é uma carta que eu torci o nariz
bastante, inclusive depois de testar o deck, ele tem o potencial de finisher
que o deck precisa e independente se está flipado ou não é possível
aproveita-lo, mas na maioria das vezes é fácil de remover e acaba não dando o
tanto de trabalho desejado. Outra carta que não gostei muito foi Devour Flesh,
é ótima contra Olivia, que come esse deck com farinha, mas é péssima contra a
maioria dos agroos, na verdade esse problema que citei acontece um pouco com
esse baralho, precisar comprar as cartas certas para determinada situação e vir
outra coisa, o deck tem poucas cartas realmente versáteis.
Algumas adições que testei foram Quirion Dryad no lugar do Prefeito,
porque faz melhor o papel de “tarmogoyf”
e é menos vulnerável, além de não ter problemas com snap em hora errada, e
Rapid Hybridization no lugar de Devour por ser mais versátil e pegar Olivia.
O deck tem muito potencial, o uso de dispel de main, por exemplo, é uma grande sacada, só acho que precisa de uma “recalibrada”.
Bom essa foi minha análise do Open, eu sempre gosto de ver
essas primeiras semanas de uma edição e o desenvolvimento do formato, ainda
mais com um Pro Tour tão próximo.
Até a próxima,
Rudá Andrade
Twitter @_Rudandrade
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