terça-feira, 9 de abril de 2013

Fora de Jogo: Lições aprendidas no WMCQ e PTQ

Esta postagem era para ter sido publicada ontem, mas eu ainda tinha tantas coisas para refletir, além do fato de ainda estar com raiva, que acabei reescrevendo o conteúdo desse artigo três vezes e ainda assim eu não estava contente com o resultado.

O tema que eu gostaria de abordar originalmente acabou sendo falado em dois artigos que foram publicados hoje, o que de certa forma, me ajudou a finalizar este aqui. Eu realmente recomendo a leitura de ambos: Your Inner Monster e Breaking Through the tournament fog

Para quem não sabe, neste ultimo final de semana, dias 6 e 7 de abril foram realizados em São Paulo um WMCQ e um PTQ. Eu joguei ambos e consegui nada além de mais frustrações e dúvidas. Com um resultado de 4-4 no WMCQ e um deprimente 1-3-1 no PTQ, eu não podia dizer que estava satisfeito. Seria hipocrisia de minha parte achar que foi somente a falta de sorte que me fez ter estes resultados.

Claro, fazer uma revelação da esfinge para nove, comprando nove terrenos certamente faz você se perguntar o que diabos você fez para merecer tamanho azar, mas isso não justifica seu resultado ruim.

Porque ganhar 9 de vida e comprar 9 terrenos só pode ser bom.


Após refletir sobre minhas derrotas, e principalmente, sobre minha atitude perante os jogos, cheguei à conclusão de que algumas coisas necessitam ser reavaliadas, as quais eu gostaria de compartilhar com vocês. Se vocês leram os dois artigos perceberão muitas coincidências, pois tudo o que eu aprendi nestes torneios coincide com o que eles falam.

Preparo Físico:


Nós costumamos subestimar essa área, mas o que eu aprendi é que o preparo físico é tão importante quanto treinar.

Em campeonatos longos, principalmente como o WMCQ que teve nove rodadas, o cansaço físico vai quase que certamente prejudicar a sua capacidade de tomar decisões. Como Travis Woo disse em seu artigo, um torneio de Magic é uma competição física mascarada em uma competição mental. O cérebro é uma parte do corpo, se seu corpo está em forma, seu cérebro também estará.

Alimentação:


Ainda relacionado ao preparo físico, a alimentação também é muito importante durante um longo campeonato, e certamente, a área que eu preciso mudar minha atitude. Eu não tenho o costume de me alimentar durante o torneio, talvez coma um lanche e tome um refrigerante durante todo o dia, o que não é nada bom.

Manter-se hidratado e bem alimentado é uma forma de garantir que seu corpo sempre terá energia. Para os próximos torneios grandes, irei me alimentar a cada rodada, e sempre terei uma garrafa de água.

Raiva:


A raiva, ou como nós o chamamos no Magic, o Tilt, é talvez o maior problema que qualquer jogador vai enfrentar no decorrer de um torneio importante. Contudo, a forma que você lida com ele é o que diferencia os bons jogadores dos medianos e ruins.

Geralmente, ficamos tiltados em situações de mulligans, flood ou zica de mana. Além dessas, eu sofro principalmente do tilt pós-derrota. Muitas vezes, após perder uma partida eu não consigo me concentrar, esquecê-la e continuar jogando da melhor maneira que eu consigo jogar. Meu desempenho cai, pois fico remoendo os turnos que levaram a minha derrota, e em uma situação semelhante, o tilt é além do desespero. “Vou perder assim de novo?” é um pensamento recorrente.

Agora, como lidar com isso? Eu refleti muito sobre como lidar com a raiva, mas não consegui encontrar uma resposta sólida. O problema acaba sendo abordado de diferentes maneiras, até por que cada jogador acaba enfrentando diferentes tipos de raiva durante um torneio.

Entretanto, podemos notar que a raiva está comumente associada à incapacidade de atingir um objetivo, a frustração por ter falhado em concretizar uma meta traçada. Assim, é necessário reavaliar suas expectativas. É bem possível que eu esteja esperando mais do que posso conseguir no momento, afinal, eu não deveria ficar revoltado por ir mal em um PTQ, é somente o terceiro PTQ que jogo. Mirar em um Top 32 seria muito mais realista do que mirar em um Top 8.

Como Roberto Gonzales disse em seu artigo na CFB: Controlar a raiva é sobre controlar suas expectativas, desafie a si mesmo, mas desafie-se com metas alcançáveis. Quando possuir um entendimento real sobre o jogo, e sobre suas habilidades, o tilt não terá tanto controle sobre você.

Para concluir, a lição que mais aprendi neste PTQ aconteceu justamente quando jogando contra um Naya Blitz, tendo perdido o primeiro jogo abri uma mão sem lands. Na segunda mão, abri uma mão com 4 lands, um rewind e um anjo da restauração. Para mim, o jogo já estava perdido. Mulligar a 5 contra um blitz era certeza de derrota. Eu já havia desistido da partida.

Contudo, fui a 5 cartas e abri uma mão com Pillar of flame, steam vents, sulfur falls, clifftop retreat e izzet staticaster. Como fiquei feliz em ter tomado essa decisão de mulligar a cinco. Acabei ganhando a partida e isso me fez ficar confiante. Foi ai que eu percebi que assim como Roberto diz em seu artigo, você só perde um jogo de magic quando sua vida chega a zero, ou quando você não pode comprar uma carta.

Tá certo que depois dessa partida eu peguei três Turbofogs e quis atirar o meu deck na parede, enfiar uma faca no meu estômago e tudo mais, mas a lição foi aprendida. Espero que tenham gostado desse artigo e que as lições que eu aprendi nestes torneios possam, de alguma forma, ajudar a todos a evoluírem seus níveis de jogo.

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