Olá, tudo bem ?
Faz muito tempo que quero escrever sobre sideboard e sua importância,
principalmente estratégica. Se você tiver a chance de ver nos “meus documentos”
do meu computador saberá que tenho vários esboços sobre o assunto, seja porque
é uma parte do magic que me fascina, seja porque vejo muita gente se “embananado”
quando vai trocar cartas e simplesmente acaba perdendo os games 2 e 3 depois de
um game 1 perfeito.
Sem mais introduções...
1 – Monte o side certo
Essa parte é com certeza a mais importante e acontece muito
com quem está começando ou não conhece muito bem seu deck.
Quando você monta seu main deck, você tem um plano de jogo,
e esse plano é o que filtra quais cartas você irá colocar, com o side é a mesma
coisa, existe um plano por detrás de cada carta em seu side, você não coloca
simplesmente 15 cartas aleatórias que você
queria em seu main deck e não coube espaço. Existe uma estratégia nessas 15
cartas e é preciso pensar nela, por exemplo, o Red Deck Wins do T2 usa Dragão
das Asas Arqueadas no seu side contra decks que tenha efeitos como o de
Veredito Supremo, com esse dragão você
foge desses efeitos e continua agredindo seu oponente, mas ele não é bom quando seu oponente tem um bloqueador para ele todo turno, por não ser tão interessante em todo jogo, o dragão fica de side e é uma cata pensada para uma situação onde seu deck não fica tão bem.
2 – Tirem e coloquem as cartas certas
Ah, esse é um grande vilão dos erros de side, é muito comum
você ver alguém falando que não sabia o que tirar ou colocar e que o deck pirou pós side. Esse erro começa na montagem
do side, quando você coloca uma carta no seu sideboard você já tem que ter em
mente quantas cartas saem naquele match específico, por exemplo, contra o deck X você tem 4 cartas que não são
boas em seu main deck, logo você deve colocar 4 cartas no seu side contra esse
match. A montagem do side passa por pensar cada match que você espera no
campeonato.
No geral, saber o que tirar e o que colocar é bem único em
cada deck e depende de sua experiência com ele, mas existem alguns “clichês”;
remoções de criaturas menores e grande número de remoções não são bons contra
decks control; cartas de custo alto não são boas contar decks agressivos, ao
menos que tenham algum efeito muito devastador (Titã do Inferno, por exemplo);
comprar cartas é sempre muito bom contra controles; descartes são muito bons contra combos;
remoções de custo baixo e remoções globais são boas contra agroos.
Esses são alguns “lugares comuns” do side, mas claro que
podem existir exceções e variações, vai do seu conhecimento sobre seu deck
e da sua estratégia.
3 – Use “Hates”
Hate em inglês quer dizer ódio, no magic são cartas que são
muito boas contra determinados tipos de deck ou de cartas. Por exemplo,
Andarilho do Fogo Kor é uma carta que é perfeita contra decks que usam muito a
cor vermelha, além da proteção, ele ganha vida, o que ajuda muito, já que em
geral decks com essa cor são agressivos. Mas não só de proteções são feitos os
hates, Militante Dryad e Thalia são outros hates, a Dryad é feita sob medida
para enfrentar o Snapcaster Mage e
Thalia contra qualquer deck que tenha muitas mágicas.
A grande força dos hates é que se seu oponente não tem
alguma resposta contra, você pode ter alguma vitórias quase automáticas, é como
se seu deck tivesse vários Emrakuls.
4– Pensem do outro lado
Uma das coisas que faz parte da suposta “arte de sidear” é
quebrar o jogo do seu oponente com uma carta que vem do side e ele não espera. Ao
contrário dos hates, que em geral são esperados, sidear pensando no que seu oponente
irá fazer é bem mais difícil, e por consequência mais efetivo.
Um bom exemplo acontecia
com o deck Storm do modern, o deck consiste em fazer várias mágicas de custo
baixo, várias cartas que adicionem mana e após essa “tempestade” de mágicas
você finaliza com Metralha, que terá várias cópias, com certeza um deck muito
forte mas que tinha vários “hates”, como Regra da Lei e Canonista Etherólatra, ou
seja, no game 2 seria muito mais difícil de ganhar. Pensando nisso, muitos
jogadores de storm começaram a usar a seguinte estratégia de side, eles tiravam
peças chave do combo storm e colocavam outro combo no lugar, o Splinter Twin.
Assim, eles aproveitavam que o oponente tirava todas as remoções de criatura (“pra
que vou suar isso se ele me mata sem usar criatura alguma ?” e combavam de uma maneira diferente.
Se quiserem algo mais simples, no T2 de Zendikar e Alara eu
jogava em um deck chamado Eldrazi Green, era basicamente um deck mono green feito
em volta da carta Monumento de Eldrazi, tinha vários elfos para gerarem
mana e por fim, várias criaturas que faziam fichas para alimentarem o
monumento, que era o grande finisher do deck. Ok, algo que dava um certo
trabalho ao deck eram criaturas com a habilidade de voar, porque até eu fazer
meu monumento e encher a mesa, ia um tempo e até lá eu podia perder o jogo, já
que não tinha nenhum bloqueador para criaturas com voar. Em um campeonato eu
enfrentei um junk (preto, branco e verde) agroo, no primeiro jogo eu abri muito
rápido e venci em poucos turnos, ou seja, vi muito pouco do deck do meu adversário,
na hora de sidear eu tive o seguinte pensamento “ele deve trazer cartas de
remoção para o meu monumento, além de que deve usar Baneslayer Angel e devido
ao grande número de fetch lands,Anjo de Emeria. Bom, Emeria era uma carta que realmente
me faria perder o jogo, porque enche a mesa muito rápido e eu não posso fazer
nada”, pensando nisso eu trouxe 2 Windstorm do side e....funcionou, meu
oponente fez Anjo de Emeria turno 3, encheu de pássaros 1/1 a mesa e me puniu
até levar um windstorm que limpou a mesa e me recolocou na mesa para fazer 2-0.
O ponto é, esse tipo de estratégia só nasce quando você começa
a pensar o que seu oponente está trazendo para o game 2, conhecer bem o deck do
adversário ajuda muito, oque nos leva a...
5 – Se informem
Se você for notar,
durante esse artigo eu coloquei o fator “informação” como algo básico para ter
um bom side, saber o que é bom usar contra algum deck e o que seu oponente usa
são fatores que podem resolver quem ganha e quem perde uma partida. Umas das
melhores coisas sobre o side é que no geral são 15 cartas que seu oponente
realmente não conhece e que podem mudar o jogo, isso em um ambiente onde a
maioria das pessoas sabe o que está enfrentando, é fortíssimo
Bom, essas foram minhas dicas e uma pequena introdução ao
sideboard.
Até a próxima !
Rudá Andrade
@_Rudandrade
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